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O projeto consiste na criação de um feed de Instagram sobre poesia marginal.

O briefing deste trabalho universitário era criar o conteúdo de uma página de Instagram. Deveriam ser 12 posts e 1 reels, de qualquer tema que o aluno considerasse interessante. Para mim, escolhi a poesia marginal, um movimento sociocultural da década de 70 que marcou as artes no geral, especialmente a literatura.

Após realizar pesquisas sobre o tema e buscar por referências, decidi que a estética deveria ter um caráter rústico e literário, utilizando fotos em preto e branco com recortes em estilo de colagem, textos em fonte serifada e caracteres em fonte script que seriam utilizados como elementos gráficos.

O fundo seria bege com a textura de um muro, remetendo ao caráter “das ruas” das produções do período (e do período em si). Cada linha do feed teria sua cor de saturação mediana. Resolvi utilizar para os textos a fonte Kepler Std (variando seu peso e disposição), que por ser serifada se associava ao universo da literatura. Além disso, os posts da esquerda e da direita da fileira teriam somente textos e elementos gráficos, enquanto os do meio teriam imagens.

Para a primeira fileira, optei pela cor azul. Iniciei a fileira trazendo uma citação de um poema do Leminski (autor ícone do período) que explica sua visão acerca da figura do marginal. Como elemento gráfico, inseri um asterisco, pois é um símbolo atrelado a explicações. No post do meio, inclui a bandeira-poema “Seja Marginal, Seja Herói” de Hélio Oiticica, que apresenta o lema dos artistas daquele período. Para fechar a fileira, aproveitei a deixa do post anterior e trouxe a discussão marginais x heróis, utilizando o X como elemento gráfico.

Para a segunda, utilizei o amarelo, e resolvi abordar outro nome pelo qual o período era conhecido — “geração mimeógrafo”. No post da direita, trouxe o apelido com um símbolo de parágrafo como elemento gráfico, se relacionando com o processo de escrita e da mimeografia em si. No post do meio, inseri a imagem de um mimeógrafo com o texto “a técnica”, com a ideia de que a legenda explicasse o processo em questão. Como fechamento, o último post da fileira expõe os dizeres “contra cultura”, utilizando o C de cultura como grafismo e a palavra “contra” na fonte Alta California, que constrói uma estética transgressora por meio de seus caracteres irregulares. A ideia seria discutir como o movimento artístico se insere na contra cultura.

Já para a terceira, escolhi um tom de lilás e trouxe o livro “26 poetas hoje”, que reúne poemas datados do período abordado. No primeiro post, da direita, somente escrevi o título da obra, com o número com o detalhe em lilás. No post do meio, coloquei uma imagem do impresso, e no último post (da esquerda) abordei a discussão acerca da comercialização da poesia marginal, utilizando como elemento gráfico o cifrão.

Para finalizar as fileiras, para a quarta, divergi das demais e construí os três posts como um único contínuo. Para isso, incluí o poema “É PROIBIDO PISAR NA GRAMA” de Chacal, autor destaque do movimento em questão. Como a leitura se dá da esquerda para a direita, no post da esquerda introduzi o título, utilizando aspas como o elemento gráfico em cor. No post do meio, anexei uma imagem de um protesto na qual existem pessoas segurando uma faixa com a frase “abaixo a ditadura”. A continuação do poema, “o jeito é” foi escrita acima da foto, criando um duplo sentido ("o jeito é abaixo a ditadura"). Os elementos gráficos utilizados foram uma adaga, que remete à violência do período e à transgressão dos protestantes, além de uma seta para a direita, que indica o final do poema. No post da direita, existem somente as palavras “deitar & rolar”, o fim do poema, com o & sendo o grafismo em cor e todos os dizeres na fonte utilizada para os elementos gráficos — a Lust Script — para criar destaque e diferenciação, mas ainda se conectando com os outros posts.

Por fim, para o reels, optei por inserir Leminski recitando um de seus poemas. Utilizei para o texto uma fonte distinta, que aparenta ser escrita à mão corriqueiramente, como se fosse um vazamento de pensamentos (o que, muitas vezes, caracteriza uma poesia).

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